Opinião | As Aves não têm Céu | Ricardo Fonseca Mota
Este livro foi-me gentilmente cedido pela Porto Editora. Agradeço imenso o envio deste exemplar para leitura e opinião!
Título: As Aves não têm Céu
Autor: Ricardo Fonseca Mota
Editora: Porto Editora
Ano: 2020
Páginas: 184
Um homem vagueia pelas noites insones, revisitando o passado e a culpa que lhe vai consumindo os dias. A mulher trocou-o por outro e levou consigo a sua única filha, ainda pequena. Na semana de férias em que finalmente pode estar com ela, sofrem um acidente de viação que resulta na morte da filha.
A culpa e o passado cruzam-se neste romance feito de gente que vive no escuro, como o taxista que várias vezes apanha este pai e o transporta pela cidade silenciosa, e os dois companheiros com quem desde a morte da filha partilha o espaço.
Esta opinião acaba por não ser apenas deste livro, mas da literatura contemporânea portuguesa no geral. Preparem-se.
No início, seguimos a história de Leto e da perda irreparável da sua filha, num acidente de carro. Factos trágicos e marcantes, que nos envolvem e nos prendem para conhecer até que ponto irá o luto deste homem. Umas páginas à frente, somos introduzidos a outros personagens que em nada nos parecem encaixar com o início desta narrativa que, diga-se de passagem, começa forte e puxa à leitura.
O desenrolar da história, no entanto, torna-se macilenta, pesada, de um liricismo exarcebado para um livro tão pequeno e com uma premissa que, embora simples, era bastante promissora. A vida dos personagens secundários que nos são apresentados não é de fácil conexão e, por isso, não é fácil identificarmo-nos com eles e, consequentemente, tornam-se desinteressantes.
Para um livro que ganhou um prémio literário, As Aves não Têm Céu é um livro medianamente pontuado no Goodreads. Penso que a razão para tal está muito presente nestes factores que aqui apresento. A escrita contemporânea, embora inovadora em alguns aspectos que nos remetem para lembranças de Saramago, não é de fácil leitura e faz com que os livros acabem por se destinar a um público muito específico. A juventude de hoje (mesmo a juventude dos 30, como eu, sim), não se importa de ler sobre temas pesados e fora da caixa, muito pelo contrário, é aquilo que queremos ver num livro! Mas o acto de ler não é o mesmo que olhar para uma obra de arte. E, por isso, não é atractivo ler um livro com uma premissa interessante no tom que este livro nos apresenta.
Posto isto, acabei por dar 3 estrelas ao livro porque 1) a premissa é bastante interessante; e 2) assistimos a um "decair" (se assim se poderá chamar) da mente humana que teria tudo para correr bem, se o texto não estivesse pejado de floreados.
Se recomendo este livro...? Sim, recomendo-o a um público muito específico, que poderão ver abaixo no "recomendo", adiantando desde já que não é, de todo, um livro que agrade a todos os leitores.
No início, seguimos a história de Leto e da perda irreparável da sua filha, num acidente de carro. Factos trágicos e marcantes, que nos envolvem e nos prendem para conhecer até que ponto irá o luto deste homem. Umas páginas à frente, somos introduzidos a outros personagens que em nada nos parecem encaixar com o início desta narrativa que, diga-se de passagem, começa forte e puxa à leitura.
O desenrolar da história, no entanto, torna-se macilenta, pesada, de um liricismo exarcebado para um livro tão pequeno e com uma premissa que, embora simples, era bastante promissora. A vida dos personagens secundários que nos são apresentados não é de fácil conexão e, por isso, não é fácil identificarmo-nos com eles e, consequentemente, tornam-se desinteressantes.
Para um livro que ganhou um prémio literário, As Aves não Têm Céu é um livro medianamente pontuado no Goodreads. Penso que a razão para tal está muito presente nestes factores que aqui apresento. A escrita contemporânea, embora inovadora em alguns aspectos que nos remetem para lembranças de Saramago, não é de fácil leitura e faz com que os livros acabem por se destinar a um público muito específico. A juventude de hoje (mesmo a juventude dos 30, como eu, sim), não se importa de ler sobre temas pesados e fora da caixa, muito pelo contrário, é aquilo que queremos ver num livro! Mas o acto de ler não é o mesmo que olhar para uma obra de arte. E, por isso, não é atractivo ler um livro com uma premissa interessante no tom que este livro nos apresenta.
Posto isto, acabei por dar 3 estrelas ao livro porque 1) a premissa é bastante interessante; e 2) assistimos a um "decair" (se assim se poderá chamar) da mente humana que teria tudo para correr bem, se o texto não estivesse pejado de floreados.
Se recomendo este livro...? Sim, recomendo-o a um público muito específico, que poderão ver abaixo no "recomendo", adiantando desde já que não é, de todo, um livro que agrade a todos os leitores.
As fãs de autores contemporâneos como Joana Bértholo. Leitores e apreciadores de grandes clássicos da literatura.
Classificação no Goodreads: ✰✰✰
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Nunca li nada da Joana Bertholo, mas sabes que sou fã dos clássicos, se calhar iria gostar, não?!
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