Opinião impopular | A Série The Witcher

Ok, vamos aqui falar de um coisa um tanto ou quanto controversa. A série de TV The Witcher esteve na berra há um ou dois meses atrás (quem mais perdeu a noção do tempo?). Toda a gente andava a ver a série e, consequentemente, a ler os livros que, de repente e como que ressuscitados dos mortos, se viam por todo o lado no Instagram (no meu incluído).



Para quem ainda assim não conhece, The Witcher é uma saga de livros de fantasia do autor polaco Andrzej Sapkwoski, editada em Portugal pela Saída de Emergência, que deu origem a um videojogo e, agora, a uma nova série de TV. Sim, porque Witcher já tinha sido adaptado ao pequeno ecrã no país de origem do autor, porém com muito pouco sucesso. Os livros seguem a história de Geralt, um bruxo e assassino de monstros. É suposto ser uma série com bastante foco nas lendas e mitos escandinavos e procura ser uma espécie de adaptação ou retelling das histórias dos irmãos Grimm.

Os livros não fazem parte da minha lista de livros a ler, embora morem cá em casa. Um namorado fã do videojogo faz com que tal aconteça... E foi por causa do mesmo namorado, e pela falta de interesse da minha parte em ler os livros, que decidi ver a série The Witcher. E, valha-nos Deus, que desilusão!



Então vamos por partes... primeiro, há que perceber que existem três timelines diferentes ao longo da série e que só no final é que as histórias dos três personagens principais se vão cruzar. Aparentemente, houve muita gente que não percebeu isso. Felizmente, não fui uma delas. No entanto, a existência destas linhas temporais poderia não ser negativa, e ser perfeitamente perceptível para todos, caso a edição de cenas e consequente colagem tivesse o mínimo de nexo. No meio de muita coisa que não gostei, esta foi a pior para mim.
A pós-produção é de tal forma má que os próprios produtores vieram a praça pública reconhecê-lo. Em consequência, adiaram a segunda temporada para que a edição e a escrita sejam melhor executadas (quem hoje disser que adorou a série, em 2021 até trepa paredes!!).

Outra questão que me afligiu foi a Yennefer... Nossa senhora, que personagem tão pouco likable. Não suporto a presença dela no ecrã. Se fosse um homem, já lhe tinham chamado machista e a ele (Geralt) qualquer coisa pouco simpática. Como é mulher, está tudo bem...? Não, não está tudo bem! É uma cabra nojenta (e egoísta, na maior parte do tempo). Pronto, já disse. Já para não falar de ainda termos que a ver semi-nua cena sim, cena não... cenas completamente desnecessárias e que nos fazem dizer "já chega, já percebemos a ideia toda e já conhecemos cada centímetro da pele da rapariga de cor".
Será uma influência Game of Thrones? Já consegui perceber que nos livros não existe pudor, mas não consigo aceitar esta objectificação das mulheres nem a necessidade patológica em pôr as actrizes de mamas ao léu em todo o lado, hoje em dia; nem delas, de deixar que isso aconteça... Na maior parte das séries não é que se vejam homens nus. Porquê a necessidade de mostrar mulheres nuas constantemente? Não faz sentido... Se queremos igualdade, a igualdade é andarmos também tapadas, e não cada vez mais o contrário! No fim das contas, este problema específico não é do personagem mas sim de quem tem estas ideias brilhantes.
Como se tudo isto, por si só, não bastasse, durante mais de metade da série toda a magia que ela faz é abrir portais.... Hum... tão forte e só fazes isso? Disappointing...

O primeiro episódio tem uma luta espectacular, nunca igualada em qualquer outro episódio, o que é uma pena porque poderia aumentar a qualidade da série.



O melhor da série é, sem sombra de dúvida (não, não é o Henry Cavill, motivo pelo qual toda a gente adora esta série, segundo pude averiguar), a banda sonora e o Dandelion/Jaskier. Reconheço que fica no ouvido e é de se tirar o chapéu!
Mas, falando em Henry Cavill, admito que está muito bem no papel e que entrou bastante bem no personagem, especialmente no que diz respeito ao "hummm" tão típico do Geralt of Rivia. Apesar de tudo, não consigo olhar para ele sem pensar no Super Homem.

No geral, é uma série média, completamente overrated por vários motivos. Pode ter potencial mas, por enquanto, é um vomitado de cenas que, por sorte ou acaso, culminaram num episódio em que todas as pontas se juntam. O meu namorado, que é fã do videojogo e quer imenso ler os livros, é da mesma opinião. Por isso, penso que não será só o meu mau feitio a falar. Espero sinceramente que a próxima temporada tenha o potencial que se almejava para este início.
Não recomendo propriamente mas, se és fã dos livros ou do videojogo, por que não dar uma oportunidade? No máximo perdes algumas horas da tua vida ou ganhas uma nova série preferida.







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