Opinião | Vidas Finais | Riley Sager

Confesso que não tem sido fácil... Quase 10 anos após terminar uma licenciatura, voltar à faculdade, estudar e trabalhar ao mesmo tempo e ainda manter o blog o mais bonitinho possível é trabalhoso mas compensa :) Compensa cada neurónio perdido, cada dor de costas e todos os cafés necessários à sobrevivência humana! E, por isso, cá estou eu mais uma vez, a trazer-vos opiniões e recomendações porque estamos aqui para isso: falar sobre livros!


Título: Final Girls / Vidas Finais (Pt)
Autor: Riley Sager
Editora: Topseller
Ano: 2017
Páginas: 384

Non-spoiler review (pt): 

No início do ano estava extremamente ansiosa para ler este livro. A minha amiga secreta do desafio que as meninas do Efeito dos Livros levaram (e muito bem) a cabo no Natal ofereceu-me um livro que eu já tinha e, como tal, pedi que mo fossem trocar. Como, perto do Natal, já ninguém me podia ouvir falar do Final Girls, decidiram trocar o referido livro por esta beleza. Não o podia deixar arrumado na estante por muito tempo, como é óbvio, e então agarrei-me a ele com unhas e dentes. Apesar de todo o meu interesse e ansiedade em lê-lo, os primeiros dois terços do livro revelaram um passo bastante lento.
Entre a gestão do seu blog de pastelaria e flashbacks daquilo que se terá passado na noite que fez dela a única sobrevivente de um massacre,  neste início do livro acompanhamos a história de Quincy Carpenter, uma Final Girl, e da sua batalha para ultrapassar os acontecimentos que tiveram lugar na sua vida há 10 anos atrás. 
No último terço do livro, já num passo muitíssimo mais acelerado, que prende muito mais o leitor às páginas, temos todo o desenrolar e desvendar do mistério com que nos cruzamos no livro, assim como de toda a história por trás do Chalé dos Pinheiros.
Apesar da história estar bem construída, ser absolutamente imprevisível e acabar por se desenvolver de forma mais rápida no final, não se revelou surpreendente. Acho que estava à espera de uma chapada mais forte na cara e ainda estou a aguardar que algumas questões façam sentido.
Ao longo de todo o livro desconfiamos à esquerda e à direita, somos invadidos por uma série de questões e levantamos o dedo às moralidades de alguns dos personagens. O que é certo é que, apesar de não ser exactamente gráfico, não conseguimos deixar de nos questionar também a nós próprios como iríamos encarar a vida (e a morte) e sobreviver após passar por uma experiência daquele género. Claro que um thriller psicológico deste género acaba por lidar sempre com questões de saúde mental e acho que está muito bem feito o jogo que o autor desenvolveu entre aquilo que é o fruto da ingenuidade e boa vontade de uma pessoa que lida com o trauma destes acontecimentos e o nosso próprio discernimento para encarar aqueles factos. Confesso que, a mim, em alguns momentos, me estava a levar à loucura.
Contas feitas, fiquei com algumas questões a resolver com o final do livro e tive pena que levasse tanto tempo a desenvolver e a prender-me verdadeiramente à leitura, mas gostei e vou certamente ler o próximo livro do autor que, como referi no último post, irá ser lançado nos EUA em Julho deste ano sob o título The Last Time I Lied.


Classificação no Goodreads: ✰✰✰


Spoiler-Review (pt):


Para aqueles que leram o livro, a minha questão com o final prende-se apenas com um pequeno conjunto de questões:
- se a Quincy viu o assassino perto dela e, inclusivamente, sofreu alguns golpes, como é que não o reconhece e corre para ele?
Ok, ok... Eu compreendo toda a questão do choque... Mas não compreendo que o choque direccione o medo e a culpa para um rosto completamente diferente daquele que vimos chacinar o nosso grupo de amigos inteiro.
- Compreendo igualmente a questão de que o nosso cérebro cria uma espécie de amnésia para nos proteger de acontecimentos traumáticos mas, mais uma vez, como é que são precisos 10 anos de convívio com a cara do assassino e uma visita rápida ao Chalé para dizer "ah... se calhar afinal não foi o desgraçado que também acabou morto que os matou a todos...oops!"
Se houver por aqui algum psicólogo forense ou algum entendido nestas matérias, imploro para que me explique isto para que eu possa ficar muito mais esclarecida com o final deste livro. Obrigada!
Parece-me que foi demasiado rebuscado e, para mim, apesar de imprevisível, não faz qualquer sentido. Lamento, Riley! 

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