Recomendações | Clássicos

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A questão dos clássicos é muito controversa. Eu, na minha modesta opinião, não considero que para se ser leitor se tenham que ler, obrigatoriamente, os grandes clássicos. Isso era na altura da minha avó, em que não eram lançados livros interessantes todos os dias. E, com isto, não estou, de forma alguma, a tirar a importância aos clássicos. Aliás, se são considerados como tal, algum mérito haverão de ter. E é por isso que, obviamente, quero ler alguns dos clássicos. Não todos, porque nem todos vão ao encontro das minhas preferências literárias. E acho que se deve interiorizar que está perfeitamente ok não ter nenhum clássico que encha as nossas medidas. No entanto, os clássicos não são só os grandes romances protagonizados por Anna Karenina ou escritos pelos grandes nomes russos como Dostoievksy ou Tolstoi. Encontramos também grandes clássicos dentro da fantasia, do policial, dos livros infantis, e por aí fora.
Contra mim falando mas, mais uma vez, estas recomendações são para todos nós, deixo alguns títulos que acredito serem de mais fácil leitura para quem se está a iniciar nos clássicos e, mais importante ainda, para quem precisa de um empurrão para o verdadeiro desafio dentro do desafio (passo a redundância) literário deste ano, que é o de ler um clássico.

Ainda há muitos oponentes aos ebooks e audiobooks. Tem-me ensinado, cada vez mais, a vida que o português gosta pouco do que quer que traga evolução e fuja ao dito "normal". Será também por isso que ainda muitos se agarram aos clássicos com unhas e dentes e afirmam que "isso sim é literatura"?! Pois bem, na minha experiência, dou graças a todas as novas formas de leitura. Se não fossem elas não tinha já "lido" este ano clássicos como Carmilla, A Arte da Guerra ou Alice no País das Maravilhas. O que é certo é que o audiobook ou o ebook nos permitem ler mais rapidamente. E, quando temos um bom narrador, no caso dos audiobooks, passamos um par de horas, por vezes um pouco mais, dependendo do tamanho do livro, a ouvir aquilo que não vamos ter paciência para ler mas que alguém teve para ler por nós. Só lhes podemos ficar gratos.

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Se quisermos optar por começar pelos clássicos infantis, menos enfadonhos e com os quais, provavelmente, mais depressa nos relacionamos e identificamos, nada como partir à descoberta de Mark Twain com as aventuras dos seus Huckleberry Finn e Tom Sawyer. À já referida Alice, podemos ainda juntar Pinóquio, Peter Pan ou Mary Poppins.

Na onda do paranormal ou dos primórdios da fantasia urbana podemos recorrer a clássicos como Drácula ou Frankenstein. Se as distopias são o vosso género de eleição, não hesitem em pegar em 1984, Quinta dos Animais ou Admirável Mundo Novo.
Num misto de romance e distopia, A Letra Escarlate poderá ser uma boa opção.

Se preferem um tom mais noir, com suspense à mistura, então considerem O Médico e o Monstro, O Retrato de Dorian Gray ou ainda as obras de Sir Arthur Conan Doyle nas mais diversas aventuras de Sherlock Holmes, ou de Agatha Christie e Miss Marple ou Piorot.
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Mas se, de facto, o que vos arrebata o coração é um bom romance, então é obrigatório pegar em qualquer livro de Jane Austen ou das irmãs Brontë. Tess dos D'Ubervilles pode também ser um livro a considerar.

Quando, hoje em dia, falamos em livros YA, que exploram vários temas e problemas da adolescência e juventude, devemos lembrar-nos que há 50 ou 60 anos atrás eles também já existiam. Claro que reflectem os problemas que existiam na época e que, nalguns casos, são muito diferentes dos que temos hoje em dia. Dublinenses ou À Espera no Centeio são apenas alguns exemplos disso mesmo.

E não podia deixar de referir três autores incontornáveis, que nos proporcionam livros pequenos que, para quem se está a iniciar nos clássicos, podem ser perfeitos - Ernest Hemingway, Júlio Verne e John Steinbeck.

Vamos lá, de entre estes todos, tentar perceber qual é o nosso género de clássico e mostrar que também somos capazes de os ler, desde que tenhamos essa vontade e disposição. Porque bons livros existem em todo o lado, em todas as épocas.









Costumam ler clássicos? Têm algum preferido?
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