Opinião | A História de uma Serva | Margaret Atwood

Título: The Handmaid's Tale / A História de Uma Serva
Autora: Margaret Atwood
Editora: Bertrand
Ano: 2013
Páginas: 352




Uma visão marcante da nossa sociedade radicalmente transformada por uma revolução teocrática. A História de Uma Serva tornou-se um dos livros mais influentes e mais lidos do nosso tempo. 
Extremistas religiosos de direita derrubaram o governo norte-americano e queimaram a Constituição. A América é agora Gileade, um estado policial e fundamentalista onde as mulheres férteis, conhecidas como Servas, são obrigadas a conceber filhos para a elite estéril. 
Defred é uma Serva na República de Gileade e acaba de ser transferida para a casa do enigmático Comandante e da sua ciumenta mulher. Pode ir uma vez por dia aos mercados, cujas tabuletas agora são imagens, porque as mulheres estão proibidas de ler. Tem de rezar para que o Comandante a engravide, já que, numa época de grande decréscimo do número de nascimentos, o valor de Defred reside na sua fertilidade, e o fracasso significa o exílio nas Colónias, perigosamente poluídas. Defred lembra-se de um tempo em que vivia com o marido e a filha e tinha um emprego, antes de perder tudo, incluindo o nome. Essas memórias misturam-se agora com ideias perigosas de rebelião e amor.



A minha opinião sobre este livro pode ser um tanto ou quanto controversa e poderá desagradar os mais sensíveis.
Assim que pus mãos neste livro, há alguns anos atrás, não tive curiosidade em lê-lo. Apesar da narrativa distópica, que vai ao encontro de todas as minhas preferências de género literário, a sinopse não suscitou minimamente a minha curiosidade. Como ateia, os temas religiosos normalmente não despertam a minha curiosidade e sinceramente, fujo deles como o diabo da cruz.
Apesar de todas as minhas reservas, quando lhe peguei estava muito entusiasmada para o ler. O início revelou-se lento, embora um tanto ou quanto poético. E foi essa magia nas palavras de Defred que me foi motivando, ao longo dos primeiros capítulos, a ultrapassar o preconceito da narrativa excruciantemente descritiva do início deste livro.
Após conhecermos alguns aspectos básicos da vida de Defred nesta nova sociedade, imposta por velhas máximas bíblicas, volta a esperança de que a narrativa irá avançar a passos largos e culminar em algo memorável. Não aconteceu. Há quem considere que o final fica em aberto. Não diria que fica em aberto, já que nos são dados a conhecer alguns factos que efectivamente fecham a história desta personagem, mas o final é extremamente abrupto. Quando as coisas parecem, finalmente, estar a ficar emocionantes, eis que não há texto do outro lado da página.
No geral, sinto que este livro podia ser muito mais do que é. Compreendo que todo o hype à volta deste livro possa estar relacionado com o facto de retratar muito bem uma sociedade extremamente opressiva, em que as mulheres não têm qualquer direito (mas muitos homens também não têm, portanto...). A mim, de facto, assusta-me pensar em passar por uma sociedade deste tipo. No entanto, sinto que falta algo. Para mim é um livro que perde muito por descrever com demasiado pormenor alguns aspectos e que deixa demasiadas outras questões mais importantes em aberto. De certa forma, desiludiu-me e proporcionou-me alguns momentos de verdadeira seca.
Assim que terminei o livro comecei a ver a série que, para mim (e mais uma vez, levantando a discórdia), é melhor que o livro. Estava a pensar fazer uma review conjunta da série e do livro mas, como podem ver, a minha opinião sobre o livro já é demasiado extensa para ainda lhe juntar a da série. Portanto, assim que acabar de ver a segunda temporada, darei também a minha opinião, que certamente será mais positiva.
Se irei ler a sequela deste livro, que Margaret Atwood está a escrever? Sinceramente, não sei. Acho que depende muito do tema central. Se for ao encontro dos acontecimentos da série, talvez lhe dê uma oportunidade. De qualquer forma, convenhamos, a senhora escreveu o livro há mais de 30 anos, portanto acredito que haja alguma diferença na sua escrita. Let's see. 

Se gostaram destes livros:

- O Poder, Naomi Alderman
- Who Runs The World, Virginia Bergin
- 1984, George Orwell
- Chamavam-lhe Grace, Margaret Atwood
- Only Ever Yours, Louise O'neill
- Vox, Christina Dalcher
- Os Filhos do Homem, P. D. James

Também poderão gostar de A História de uma Serva.



Classificação no Goodreads: ✰✰✰






Já leram este livro ou têm curiosidade em lê-lo? Deixem a vossa opinião! Podem comprar este livro aqui.

Comentários

  1. Não conhecia :)
    Segui o blog, beijinhos.
    https://the-choice-26.blogspot.com

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    1. Obrigada, Rita :D Bem-vinda.
      Segui de volta.

      Um beijinho ^^

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  2. Não li o livro e pela sincera opinião não tenho pretensões.
    Vi as duas temporadas da série e estou ansiosa pela terceira :)

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    1. Estou agora na segunda temporada da série e estou a gostar mais da segunda do que gostei da primeira.
      Pode ser polémico mas estou a gostar mais da série do que gostei do livro. Se não pretendes ler, tomo a liberdade de adiantar que nada da segunda temporada da série existe no livro...

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