Opinião | Filme e Livro | Um Pequeno Favor


Um Pequeno Favor estava na estante cá de casa há imenso tempo. Claro que a adaptação a cinema, com duas actrizes que gosto bastante, me trouxe motivação extra para ler o livro. Já o devia (e queria) ter lido no ano passado mas não houve tempo. Por isso, transitou para este ano. Está lido o livro, está visto o filme e agora trago-vos a minha opinião sobre ambos.
Este livro contou como leitura para a categoria «Ler um livro que tens há mais de um ano» do Desafio literário.

Título: A Simple Favor | Um Pequeno Favor
Autora: Darcey Bell
Editora: Bertrand
Ano: 2017
Páginas: 304

Ela é a tua melhor amiga.
E conhece todos os teus segredos.
Por isso é tão perigosa.

A vida de uma mãe sozinha desmorona-se quando a sua melhor amiga desaparece, neste thriller arrepiante, na linha de Em Parte Incerta e A Rapariga no Comboio.
Tudo começa com um pequeno favor, um gesto que as mães de bom grado fazem umas pelas outras. Quando Emily pede à melhor amiga que lhe apanhe o filho na escola, Stephanie nem hesita. Tal como elas, os seus filhos são melhores amigos.
Stephanie é viúva e trabalha a partir de casa, no seu blog. Vivia uma vida solitária até conhecer Emily, uma sofisticada executiva com um trabalho muito exigente em Manhattan. 
Só que Emily não regressa. Não atende o telefone nem responde aos sms da amiga. Stephanie sabe que aconteceu algo de terrível e, alarmada, recorre aos leitores do seu blog para pedir ajuda. Contacta também o marido de Emily, o belo Sean, para lhe dar apoio emocional. É o mínimo que pode fazer. Acabam por receber notícias terríveis. Mas serão verdadeiras? Stephanie não tarda a dar-se conta de que nada é tão simples como parece, nem sequer um pequeno favor.



Bom, vou tentar dar a minha opinião 2 em 1 de forma breve e concisa, sem ferir susceptibilidades ou sentimentos.
A primeira coisa que me prendeu a este livro foi o facto de começar com passagens do blog de Stephanie - sim, blog, e não vlog como no filme. Para qualquer pessoa que dedique parte do seu tempo a um blog isso é, no mínimo, atractivo. Saber o tom usado, os conteúdos... Enfim, curiosidades de quem anda nesta vida. De qualquer forma, é um formato diferente do habitual e, para mim, isso, por si só, é um factor atractivo.
O facto de estarmos perante narradores de pouca confiança (unreliable narrators) é outro factor bastante convidativo à leitura deste livro. So far, so good.
E, sim... Emily desaparece, é tudo muito esquisito e misterioso... mas só a meio do livro (e do filme), quando o twist acontece e nos revela, sem mais nem ontem, o que se passa na vida dos poucos personagens que compõem esta narrativa é que começamos a perceber a dimensão da coisa, e o quão perturbada (e perturbadora) a mente humana pode ser.
O filme é composto por mais personagens e algumas cenas desnecessárias, que apenas servem para idiotizar um personagem que, como podemos ver tanto no livro como na adaptação, de idiota não tem nada. É um personagem com falhas (são todos, na realidade) e isso acaba por fazer mais sentido no livro do que no filme. O facto de serem assim atribui-lhes, por um lado, mais personalidade e, por outro, confere uma certa incapacidade de nos relacionarmos com eles.
A única coisa comum ao livro e a adaptação é o fio condutor principal da narrativa - o desaparecimento e o que fez com que seja possível -; tudo o resto é diferente, desde os pequenos pormenores até aos pontos mais importantes. É daqueles casos em que não faz grande diferença ver o filme antes ou depois de ler o livro já que também o fim é diferente. Se não têm grande curiosidade em ler o livro e estão na dúvida se devem pegar nele antes de ver o filme ou não, sinceramente acho que se podem ficar pelo filme e tentar perceber, a partir daí, se querem dar uma oportunidade ao livro. Apenas têm que ter em mente que, ao ler o livro, já vão saber o maior twist que a autora tem para nos oferecer ao longo destas 304 páginas de leitura.
Enquanto o livro me parece uma boa descrição de «how to get away with murder», não sei muito bem como categorizar (se é que se deve categorizar) o filme... Tem partes divertidas, tem partes absurdas, tem muita, muita coisa diferente do livro.
E, no fim disto tudo, qual é o melhor? Não sei... Acho sinceramente, e tentado separar o livro do filme e vendo-os como coisas independentes uma da outra, que estão ao mesmo nível. Nem bons, nem maus. Apenas medianos. A ideia é boa mas falta qualquer coisa para realmente funcionar como um bom thriller.


Se gostaram deste livro ou querem ler mais livros com unreliable narrators, recomendo-vos:
  • Em Parte Incerta, de Gillian Flynn
  • Quando Éramos Mentirosos, de E. Lockart
  • A Vida de Pi, de Yann Martel

Posso recomendar este livro a todos os fãs d'A Rapariga no Comboio.



Classificação no Goodreads: ✰✰✰

Classificação no IMDb: 6/10





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Comentários

  1. Respostas
    1. O livro não foi muito falado quando saiu. O filme é que é bastante popular, principalmente por ter Anna Kendrick e Blake Lively nos principais papéis :)

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  2. Quando Éramos Mentirosos é uma boa recomendação :P
    Não li o livro nem vi o filme, mas admito que tenho curiosidade em relação ao filme e às interpretações :D
    muitos beijinhos!

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    Respostas
    1. Ainda tenho o Genuine Fraud, da mesma autora, para ler. Mas tanto quanto sei não é tão bom como o Quando Éramos Mentirosos.
      Eu gosto bastante das duas actrizes e gostei imenso de as ver mesmo apesar de, como digo na review, uma delas ser bastante idiotizada... Vale a pena dar uma hipótese numa tarde de fim de semana :P
      Beijinhos ^^

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